Nunca me achei bonitão e nem um galanteador. Talvez por isso eu nunca me importei em criar um personagem para tentar a sorte com uma mulher. Demorei muito para ter a primeira namoradinha, ainda na época da escola.
Se chamava Sabrina, gordinha, um rosto lindo e encantador. Era bem relacionada com várias outras garotas da escola e eu sinceramente não sabia o que ela tinha visto em mim.
Por estudar noutra cidade, morava com meu tio separado e seu filho. Meu primo se chamava Jorge e tinha dois anos a mais que eu. Vivia cheio de garotas e se exibia por ser bem dotado. Não era bonitão, mas cafajeste. Namorava muita mulher bonita.
No meu namoro com Sabrina não rolava nada além de uns beijinhos e amassos. Ela se irritava comigo por eu não tomar atitude de ir além daquilo. Sentia que íamos terminar e a chamei para a casa de meu tio para transarmos. Só que por uma falha de minha parte, Jorge também estava lá. Disfarçamos falando que estudávamos e como ele ficava em cima, acabou não rolando. Frustrado, sai para comprar um lanche. Mas demorei e quando voltei Sabrina tinha ido embora.
No dia seguinte terminou sem dar detalhes e mandou eu catar coquinho. Dias depois, a Lívia, amiga de Sabrina, deu mole pra mim e começamos a ter um lance. Ela perguntava sempre onde eu morava dando a entender que queria transar. Para não dar mole, como com Sabrina, e acabar sem sexo e perdendo a namorada, organizei tudo e a chamei. Ficamos nos beijinhos e ela ia fazendo doce, enrolando e eu preocupado. Até que Jorge aparece, pronto, não tinha mais como rolar nada. Os dois logo se deram bem e em instantes parecia até que eu não existia ali.
Dias depois Livia também dizia que eu não tinha atitude e o melhor era terminar. Isso foi se repetindo por um ano. Tive umas sete garotas interessadas por mim, cada vez mais bonitas, mais deliciosas. Beijei e dei amassos em todas, mas não conseguia transar na casa de meu tio, o primo Jorge sempre aparecia e tudo misteriosamente acabava.
Tempos depois, visitando meu tio, Jorge aparece pro almoço com uma das minhas ex. Era a Helena, a mais linda de todas, a típica garota em que todos queriam ter a chance de ficar. Claro que aquilo gerou um leve constrangimento. Ainda mais no caso dela em que namoramos por mais tempo e íamos pra casa de meu tio com muita frequência.
Meu primo se justificou dizendo que como ela era ex, não seria desrespeito. Concordei. Ela não falou comigo e como era louco por ela, senti um pouco de ciúmes até que perto do final daquele encontro eu perguntei a ela sobre o porque de ficar com o primo. Sua resposta me assombrou.
Disse que meu primo tinha mais atitude e que se ela já transava com ele enquanto eu e ela namoravamos, porque não faria isso depois. Antes que pudesse tirar satisfação, ela concluiu dizendo que a minha “magia” para ficar com tantas garotas na escola era a rola do primo. Que desde que Sabrina e as outras provaram do pinto dele, me usaram apenas para leva-las até ele. Porque por beleza ou atitude que não se atraiam por mim.
Jorge se aproximou no fim da conversa para abraçar sua namorada e ficou sem graça por saber da revelação. Apenas saíram de perto enquanto eu me senti fracassado. Pra piorar, dormi na casa de meu tio e ouvi os dois transando no quarto ao lado.
Na madrugada fui tomar água e Jorge apareceu dizendo que me ajudaria a ficar com quem eu quisesse, passaria segredos e tal. Disse que não ia ter o que Helena dizia. Curioso ele perguntou o que seria e respondi que não tinha um pau grande. Ele riu e disse que isso era o de menos, a não ser que eu quisesse ser corno a vida inteira.
Ele até deu as dicas, que funcionaram, mas no final das contas aceitei uma coisa… que não sou completo apesar de amoroso, preocupado e carinhoso. Então porque não deixar as namoradas também provarem um macho de verdade?