Estava navegando em minhas redes sociais quando me deparei com uma mensagem da minha melhor amiga dizendo que tinha me marcado em uma postagem de sorteio. Disse que no momento que viu a foto do produto só conseguiu pensar em mim. Abri as notificações e não sabia se ficava chocada, ria ou ia perguntar se era algum tipo de brincadeira. Na duvida, fiz os três.
Depois do choque inicial e de rir muito da loucura da situação, chamei minha amiga para perguntar porque ela tinha pensado justo em mim com aquilo. Esperava que fosse dizer que era brincadeira, ou alguma piada com o fato de eu estar divorciada e sozinha há mais de dois anos. Mas nada me preparou para vê-la dizer que desde que viu a foto só conseguia me imaginar usando aquilo. Foi ali que me perdi completamente. Ela me imaginava usando um brinquedo sexual? Confrontei minha amiga e ficamos horas rindo porque a postagem que ela supostamente me marcou era de uma pulseira.
De qualquer modo, participei. Não tinha nada a perder. Pensei que jamais receberia nada, pois essas coisas costumam ser para atrair mais seguidores e ninguém nunca realmente recebe nada, mas, para minha surpresa, ganhei e o “presente de amiga” chegou na semana seguinte. O pacote era discreto, mas dentro de mim existia aquela sensação de proibido, de fazer algo errado e estar prestes a ser pega, mesmo sabendo que tenho 35 anos, moro sozinha e ninguém paga minhas contas. Sentia que o entregador sabia exatamente o que havia dentro da pequena caixa de papelão preto e era como se dividíssemos esse grande segredo, cúmplices de travessura.
O final de semana chegou e eu estava exausta de tanto trabalho, o corpo tenso e pedindo por algo relaxante, então tomei um banho bem quente e gostoso, passei pela cozinha para pegar uma taça de vinho e ao voltar pro meu quarto vi a caixa sobre a escrivaninha, me chamando. A sensação de proibido trazendo um comichão pelo meu corpo de novo. Resolvi procurar reviews na Internet, só para saber com o que estava lidando. Cada opinião que lia me dava mais vontade de testar. Tomei um gole do meu vinho e olhei para aquele bicho de sete cabeças. Resolvi dar uma chance. O máximo que poderia acontecer era eu não gostar. Deixei minha bebida na escrivaninha, peguei o vibrador golfinho e lavei para usar.
Sentei na cama, coloquei o brinquedo (já com pilhas) e o vidrinho ao meu lado. Fechei os olhos e comecei a tocar meus seios, visualizava uma pessoa linda me beijando, me abraçando, apertando meu corpo, gemendo baixinho no meu ouvido, me chamando de gostosa e desci minha mão pelo caminho que gostaria que a mão da pessoa descesse, os dedos passando de leve na pele, criando um padrão de arrepios. Ainda estava um pouco tensa, então precisaria de ajuda. Peguei o lubrificante e passei no meu clitóris, espalhando devagar, liguei o brinquedo e o aproximei. Imediatamente senti como se pequenos choques percorressem meu corpo, de um jeito bom.
Mantive meus olhos fechados, o corpo começando a ceder e ficar mais solto, a sensibilidade no meu clitóris aumentando conforme ele ficava mais e mais entumecido, os bicos dos meus seios duros e desejosos. Me ajeitei melhor na cama, minha mente voltada para a língua habilidosa de minha companhia imaginária, traçando círculos no meu clitóris, às vezes mais rápidos e às vezes mais lentos, dando pequenas pinceladas com a ponta, enquanto eu imitava esses movimentos com o brinquedo que tinha em mãos, a vibração intensificando as sensações e as vontades.
Gemidos abafados escaparam dos meus lábios no momento que dedos foram introduzidos em mim na minha fantasia e o golfinho começava a entrar na realidade. Não demorou muito para que o diferencial do ponto G que tanto falavam fosse sentido.
Minha respiração começava a falhar, o corpo a tremer, o vai e vem do brinquedo, fazendo com que esbarrasse no meu clitóris de quando em quando, me mantinha em uma constante descarga elétrica rodando pelos meus membros, pela minha cabeça, a mão que eu tinha livre revezava entre brincar com meus seios e acariciar meu corpo, a pele, o clitóris quando o brinquedo estava para dentro… As ondas de prazer começaram a me invadir e minha companhia mental continuava dizendo o quanto eu era gostosa, poderosa, o quanto merecia alguém que me desejasse e me comesse com toda a vontade que meu ser pedia.
Meu corpo se contorcia sozinho. Enquanto movimentava o brinquedo dentro de mim, para sentir bem todos os efeitos que ele poderia me proporcionar, meus dedos exploravam o exterior, estimulando o clitóris e a região ao redor dele, me causando mais e mais tsunamis de prazer. Os orgasmos vinham todos juntos, não esperavam entre um e outro. Me sentia uma cachoeira de mel, estava gozando como nunca tinha antes, aprendendo lugares prazerosos para tocar, pontos que me enlouqueciam e pontos que não me faziam tanta diferença.
Desde aquele dia meu brinquedo virou meu melhor amigo, me ajudando a me conhecer melhor e saber o que quero, o que não quero e, principalmente, que não posso e nem devo aceitar menos do que uma foda bem dada, mesmo que seja só comigo mesmo.